quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O apocalipse de Brasileiro

Eu Brasileiro fui enviado à terra de Sementeira no sétimo ano do reinado de Luis I sucessor de Fernando. Ao contrário de outros exílios, fomos trazidos um de cada nação. Alguns entre nós viemos aos pares, outros sozinhos. Quando saímos de nossa pátria nos disseram que não temêssemos a tirania que nos esperava, pois o Rei de Sementeira seria brando e a terra era frutífera e próspera. Nossa chegada foi tranquila. Muito dos moradores de Sementeira haviam se retirado para comemoração anual do deus Carnedeslau. Havia paz e tranquilidade sobre a terra e fomos recebidos pelo rei Getulius como príncipes do povo. Havia morada para nós. Fomos levados aos templos de Sementeira e lá comemos das iguarias dos Sacerdotes. As guardiãs do templo nos serviam. A esperança tomava conta de nosso coração e o futuro se desenhava como obra de hábil pintor.
Fomos estabelecidos na terra. Mas o povo ainda vivia os dias de Carnedeslau e não havia voltado para sementeira.

Quem tem olhos para ler, leia!
Continua...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O dia que ele me visitou!

Eu estava sentado diante do computador lendo um artigo. De repente ouço alguns estalos. Uns ruídos. Sabe quando alguns palitos de fósforo caem ou são raspados no chão? Pois bem, algo parecido. Olhei pela porta entreaberta que dá pra nossa sala-cozinha e vi no chão um Pardal. Ele estava comendo migalhas no chão. Migalhas de pão, resto de arroz (não que o chão estivesse muito sujo, é que sempre tem um arrozinho que fica pra trás), farelo de biscoito. Depois num rápido bater de asas ele voou para o fogão. O fogão não havia sido limpo direito. Ele percebeu. Um pedacinho de salsicha que no dia anterior foi misturada ao miojo. Uma casa de farinha de milho usada numa farofa. Ele comeu. Imagino que tenha se satisfeito. Vi tudo pela fresta da porta do meu quarto que da para nossa sala-cozinha. Pensei: "Vou levantar para vê-lo de perto". Quando arrastei a cadeira... ... ... ... Ele se foi!

Caro Sr. Pardal,
Primeiro o agradeço pela visita. Depois o agradeço por ter me ensinado que Jesus tinha razão quando disse que o Pai cuida de você e de mim. Espero que o Sr. tenha gostado da refeição que fez em minha casa pela manhã. Obrigado também por me ensinar que quando a ameaça, ou o mal se aproxima você não negocia com ele. Você voa. Você vai para o alto. Você bate asas em direção aos céus. Ouço no bater de suas asas um ressoar de louvor e de adoração ao Deus que cuida de você. Obrigado por ser tão eloquente Sr. Pardal. Obrigado por não me enrolar com muitas palavras, mas cumprir a simples e profunda vontade do Criador. Apareça mais vezes!

"Observem as avaes do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não tem vocês muito mais valor do que elas?" Mt 6.26

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Falsidade Desgraçada!


Tenho um amigo que trabalha numa BIG multinacional, o João. Cara! Fico impressionado com o que aconteceu desde que ele entrou nesta empresa. Ande com ele por algum ponto comercial. Onde quer que seja. Ao ver algum produto da concorrente, mesmo que não seja da concorrente poderosa e direta ele inicia uma séria de perguntas exclamativas: "Cara, veja isso, uma lâmina de barbear horrível, fajuta, passa uma vez machuca...nesse preço. A da minha empresa é líder de venda não é por acaso". E... "Ricardo! Você não usa essa escova de dentes não ? Ah cara, se você usar é mancada, a da minha empresa é melhor", "Mas João, a que eu uso é mais barato", "Mas é o custo-benefício? Você precisa ver isso. E não só isso. O nosso produto é muito melhor e você sabe disso". A verdade é que, fizeram não sei o que com meu amigo João que ele realmente acredita na sua empresa, acredita nos produtos que sua empresa produz e representa. Eu, olhando para ele, andando com ele concluí: "A empresa que João trabalha é parte dele". Do corpo mesmo sabe? Tenho a sensação que se, por um instante, eu ultrajasse a honra daquela empresa sua qualidade, João me bateria, pois seria como se eu cortasse uma de suas mãos.
Toda essa história me fez lembrar algumas coisas...
"Falou Steven, bom final de semana, Deus o abençoe lá no domingo eim"! Steven: "Nóssssaaaa é mesmo, vou pregar esse final de semana! Ainda bem que o sermão já está pronto, preparei aquela palavra da hora pro final de semana, tenho certeza que o povo da igreja vai se emocionar e gostar. Já mostrei pro Clayton e ele falou que está 'bala'." Durante a semana Steven "viveu". Viveu como se Deus estivesse morto. Viveu a sua vida. Fez o que quis. Seus passos marcavam a toada de uma pessoa qualquer, daquelas que a gente encontra na feira ou na fila do banco preocupada com as compras e as contas. Mas, próximo do final de semana ele precisa montar uma história. A matéria prima ele já tem: Um livro cheio de histórias. E que histórias meu Deus!!! Quando Steven passa nos pontos comercias da VIDA ele não diz nada. Dia a dia as coisas vem e vão, as situações mudam e Steven??? Fala dos pontos comerciais da VIDA, fala das coisas que vem e vão. No final de semana Steven lembra da sua empresa e como se ela fizesse parte dele ele diz entusiasticamente: "dEUS é maravilhoso irmãos, eLE é poderoso para fazer grandes coisas em sua vida".
Eu prefiro o João! Deus tenha misericórdia de nós.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Uma festa pela manhã


Eu estava sentado em minha cadeira e meus colegas em pé esperando as bandejas com o salgado e a bebida. Alguns daqueles colegas ocupam posições sociais muito mais elevadas que eu, sabem mais que eu, são mais vividos que eu. Uns tem até esposa e filhos. Pensando assim concluí: Eu quem deveria serví-los, não eles a mim. Aquele que coordenava a festa em nome do anfitrião entregou algumas bandejas com salgado para uns, e outras com a bebida para outros. Tão logo que o coordenador os dispensou, vieram em nossa direção e nos serviram. Pelo fato de serem colegas, alguns amigos, pessoas com quem eu convivo, senti-me meio estranho, emocionado e envergonhado ao mesmo tempo. João trouxe o salgado. Tomei um e em 2 mordidas engoli, logo atrás veio Carlos e me serviu a bebida, tentei pegar um copo mas não consegui, provavelmente estava colado no fundo da bandeja. Peguei outro, e num gole tomei e devolvi o copo na bandeija e agradeci. Carlos, por sua vez, colocando a mão direita sobre meu ombro disse: "Deus o abençoe". Já havia ouvido tais palavras muitas vezes. Dessa vez pareceu-me que essa declaração, por ter sido entregue após um ato servil, gentilmente, abriu as portas do meu coração, entrou e trancou-se por dentro. Era uma Santa Ceia...