quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Um pouco mais de SENTIMENTO


Sou novo ainda. Não sou experimentado no mundo teológico cristão não. Sou quase um neófito no que diz respeito a reflexões teológicas-reformadas-calvinistas e coisas do tipo. PORÉM, até onde sei e sinto devo falar.
Ontem eu li Romanos. É a carta de Paulo aos Romanos. Descobri - se já existia me perdoem - que um princípio hermenêutico básico é o SENTIMENTO. Acredito que nossas raízes reformadas-humanistas-racionalistas assassinaram o SENTIMENTO. "O sentimento é subjetivo e isso se configurará numa eisegese". SERÁ?
Quando eu leio a carta de Paulo endereçada a mim com o pseudônimo romano, vejo um líder e homem de Deus com convicções fortes e bem estabelecidas. Ao mesmo tempo, ao falar dos propósitos de Deus no decorrer da história, mais especificamente sobre Israel ("meus irmãos, a minha raça), Paulo sente tanto ao ponto de falar que, por eles, estaria disposto a ser separado de Cristo. (Não sei se eu faria isso nem por um ente mais próximo)
Ao falar sobre a soberania de Deus e seus propósitos. Aquela parte que diz que Deus tem misericordia de quem quer e endurece a quem quer. Que se Deus, para mostrar sua glória suportou vasos de desonra e tudo mais, sabe? Nesta hora eu vejo um Paulo tenso. Eu vejo uma tensão entre o Deus transcendente e de propósito e planos inescrutáveis e um homem tentando compreender o homem cronológico e limitado diante desse Deus. O que SINTO em Paulo é uma tensão. Uma crise. Vejo linhas que expressam verdade sobre o Deus soberano que faz independente da influência humana e ditando a carta vejo um Paulo pensativo, que as vezes deixa de escolher as palavras e é mais um salmista do que um "remetente".
Prova é que no final do capítulo 11 ele canta a bela canção que diz:

"Ó profundidade da riqueza
da sabedoria
e do conhecimento de Deus!
Quão insondáveis são
os seus juízos
e inescrutáveis
os seus caminhos!
Quem conheceu a mente
do Senhor?
Ou quem foi o seu conselheiro?
Quem primeiro lhe deu
para que ele o recompense?
Pois dele, por ele e para ele são
todas as coisas.
A ele seja a glória
para sempre! Amém."

Esse cântico fala mais do que posso escrever. Posso dizer que vejo um Paulo diante de assuntos tão profundos acerca de Deus, que apenas conseguiu trazer a tona algumas tábuas de um enorme navio preso nas maiores profundezas do mar. E ao levantar a cabeça acima dágua fala da crise e da tensão do mergulho e da vista do navio nas profundezas. Quando fala, revela algo sobre a tábua que conseguiu trazer para comprovar que o navio de fato está la embaixo.
É concreto para Paulo e para nós que, diante de tamanho mistério, ele conclui sua carta, nos capítulso 12,13,14 e 15 falando o seguinte: Ofereçam-se a Deus, adorem a Deus com suas vidas. Diante desse Deus inescrutável e que vos ressuscitou pela morte e ressurreição de Cristo Jesus, se deem como sacrifício vivo para que vivam. E amem a seus irmãos.
Adorem a Deus e amem-se uns aos outros.
Que o Espírito Santo de Deus nos dê mais sentimento. Que o nosso embasbacamento diante desse Deus grandioso seja mais frequente do que respostas sistematizadas.

Deus nos abençoe!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Deus não tem nada com isso!



Quantas vezes você já ouviu essa frase? "Deus não tem nada com isso". Complicado falar sobre a abrangência desse assunto. Mas uma coisa é verdade. O Deus verdadeiro não é o deus do deísmo, que acredita que Deus criou e ordenou as coisas de tal forma que fez e se ausentou do mundo.
No salmo 28, Davi clama ao SENHOR por socorro e pede que o Senhor o escute para que ele não seja tido como os ímpios, aqueles que descem a cova. Davi, em sua oração diz que ele não é igual os ímpios. Diz que eles falam de paz com o próximo, mas seu coração está cheio de maldade. Pede ao SENHOR que dê a eles o que merecem, segundo a maldade e malícia de seus corações. E diz o que Deus faz com aqueles que não reconhecem os feitos do SENHOR.

"Visto que não consideram os
feitos do Senhor,
nem as obras de suas mãos,
ele os arrasará e jamais os
deixará reerguer-se".

O SENHOR leva a sério o não ser considerado. Deus o criador e sustentador leva a sério quando os homens não atribuem a Ele a glória devida ao seu nome. O veredicto a tais homens é que o próprio Deus os arrasará e jamais os deixará reerguer-se." Pois não consideram que é o Senhor quem faz. Pois não reconhecem que a criação é produto das mãos de Deus.
Prova é que, diante dessa atitude ímpia, o salmo seguinte conclama a TODOS que "atribuam ao SENHOR a glória que é devida ao seu nome".
Vale dizer que este Deus continua agindo. Ele não se ausentou, pelo contrário, ELE é o Emanuel (Deus conosco), que se fez carne e viveu entre nós, identificou-se conosco, e hoje vive entre nós por meio de seu Espírito Santo.
Perceba os estragos que o fato de não considerar o Senhor trouxeram para a humanidade. Medite um pouco. Veja lá em Romanos 1 o fim daqueles que o fizeram.

Se você se enquadra nesse grupo, arrependa-se agora, pois poderá ser que se permaneceres neste erro, o "Senhor o arrasará e jamais o deixará reerguer-se".


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Não é bem assim...

Gosto dos “títulozinhos” que a sociedade bíblica coloca antes de cada bloco de texto só pra achar textos consagrados quando não lembro onde estão. Na maioria das vezes, eles são tendenciosos e imprecisos.

O salmo 27 é um desses casos. Prefiro não intitula-lo, mas se fosse (rs) o título seria: “Anelo por segurança”. O poeta no caso sabe que Deus é reconhecidamente aquele que salva. Sabe que em meio à escuridão, Ele é a luz de seu povo. Sabe também que não fortaleza mais segura que o Senhor. Sendo assim, de “quem terei medo”? Então tendo por certo esses fatos sobre o Senhor, o salmista começa a projetar o embate de seus inimigos contra esse Deus. “Se vierem contra mim, eles é quem tropeçarão e cairão”. “Se um exército se acampar contra mim e contra mim irromper a guerra, ainda sim, diante de quem Deus é, terei confiança”.

Diante dessa ameaça iminente o salmista tem um desejo a apresentar ao Senhor, na verdade, um desejo que se divide em dois: “Ele quer morar, permanecer no templo, quer estar perto de Deus, onde se sente seguro”. O pedido se divide em dois motivos do porque de morar no templo: Culto e Segurança. Culto: “Contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu santo templo”. Segurança: (motivo maior até no numero de palavras) “Pois no dia da adversidade ele me ocultará no seu pavilhão...” “será exaltada a minha cabeça acima dos inimigos”. “Oferecerei sacrifícios de júbilo” por que o Senhor me guardou. O culto dele gira em torno da segurança que procura frente um ataque iminente. A pergunta é: O que é central no culto desse cara? A segurança ou o Senhor? Alguma semelhança conosco? Comigo mesmo?!

Interessantemente o Espírito do Senhor começa a direcioná-lo na sua oração. Toda aquela confiança toda do início se converte na realidade de seu coração. O Senhor é mesmo tudo o que ele havia dito antes, entretanto o seu coração não está tão firmado nessas verdades quanto parece, então ele clama: “Ouve a minha voz Senhor. Eu clamo! Compadece-te de mim e responde-me.”

Que coisa maravilhosa. O Senhor redireciona a visão e consequentemente a oração do salmista: “Buscai a minha presença”. Não a segurança. Não quero ser dividido com o seu pedido, quero ser exclusivo no seu culto, não quero estar na periferia. “Busque a minha presença”. E então o salmista continua a suplicar que mesmo na falibilidade dele, que o Senhor não esconda o rosto, não retire o seu favor. Por que eu sei “que seu meu pai e me minha mão me desampararem, o Senhor me acolherá”. Confio que mesmo diante de quem eu sou e de meus interesses errados, o Senhor me acolherá. Cuidará de mim. Eu preciso do Senhor, preciso te buscar.

Prova desse redirecionamento é que agora no verso 11 ele diz: “Ensina-me, Senhor, o teu caminho”. Se não é segundo o meu clamor e os meus desejo que as coisas acontecem, ensina-me Senhor, porém, é isto o que está em meu coração.

Diante de um ataque iminente e sabendo que o Senhor não trata a segurança como principal necessidade do salmista – embora também não o rejeite por seu pedido - , o salmista crê que verá a bondade do Senhor na terra dos viventes.

No final do salmo, Deus novamente redireciona o salmista: “Espera pelo SENHOR, tem bom ânimo, fortifique-se o seu coração; espera pois, pelo Senhor”.

Espera pois pelo Senhor.

Diante dessa reflexão, qual aplicação pode ser feita em sua vida? No que você parece com esse salmista?

Deus nos ajude.