Gosto dos “títulozinhos” que a sociedade bíblica coloca antes de cada bloco de texto só pra achar textos consagrados quando não lembro onde estão. Na maioria das vezes, eles são tendenciosos e imprecisos.
O salmo 27 é um desses casos. Prefiro não intitula-lo, mas se fosse (rs) o título seria: “Anelo por segurança”. O poeta no caso sabe que Deus é reconhecidamente aquele que salva. Sabe que em meio à escuridão, Ele é a luz de seu povo. Sabe também que não fortaleza mais segura que o Senhor. Sendo assim, de “quem terei medo”? Então tendo por certo esses fatos sobre o Senhor, o salmista começa a projetar o embate de seus inimigos contra esse Deus. “Se vierem contra mim, eles é quem tropeçarão e cairão”. “Se um exército se acampar contra mim e contra mim irromper a guerra, ainda sim, diante de quem Deus é, terei confiança”.
Diante dessa ameaça iminente o salmista tem um desejo a apresentar ao Senhor, na verdade, um desejo que se divide em dois: “Ele quer morar, permanecer no templo, quer estar perto de Deus, onde se sente seguro”. O pedido se divide em dois motivos do porque de morar no templo: Culto e Segurança. Culto: “Contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu santo templo”. Segurança: (motivo maior até no numero de palavras) “Pois no dia da adversidade ele me ocultará no seu pavilhão...” “será exaltada a minha cabeça acima dos inimigos”. “Oferecerei sacrifícios de júbilo” por que o Senhor me guardou. O culto dele gira em torno da segurança que procura frente um ataque iminente. A pergunta é: O que é central no culto desse cara? A segurança ou o Senhor? Alguma semelhança conosco? Comigo mesmo?!
Interessantemente o Espírito do Senhor começa a direcioná-lo na sua oração. Toda aquela confiança toda do início se converte na realidade de seu coração. O Senhor é mesmo tudo o que ele havia dito antes, entretanto o seu coração não está tão firmado nessas verdades quanto parece, então ele clama: “Ouve a minha voz Senhor. Eu clamo! Compadece-te de mim e responde-me.”
Que coisa maravilhosa. O Senhor redireciona a visão e consequentemente a oração do salmista: “Buscai a minha presença”. Não a segurança. Não quero ser dividido com o seu pedido, quero ser exclusivo no seu culto, não quero estar na periferia. “Busque a minha presença”. E então o salmista continua a suplicar que mesmo na falibilidade dele, que o Senhor não esconda o rosto, não retire o seu favor. Por que eu sei “que seu meu pai e me minha mão me desampararem, o Senhor me acolherá”. Confio que mesmo diante de quem eu sou e de meus interesses errados, o Senhor me acolherá. Cuidará de mim. Eu preciso do Senhor, preciso te buscar.
Prova desse redirecionamento é que agora no verso 11 ele diz: “Ensina-me, Senhor, o teu caminho”. Se não é segundo o meu clamor e os meus desejo que as coisas acontecem, ensina-me Senhor, porém, é isto o que está em meu coração.
Diante de um ataque iminente e sabendo que o Senhor não trata a segurança como principal necessidade do salmista – embora também não o rejeite por seu pedido - , o salmista crê que verá a bondade do Senhor na terra dos viventes.
No final do salmo, Deus novamente redireciona o salmista: “Espera pelo SENHOR, tem bom ânimo, fortifique-se o seu coração; espera pois, pelo Senhor”.
Espera pois pelo Senhor.
Diante dessa reflexão, qual aplicação pode ser feita em sua vida? No que você parece com esse salmista?
Deus nos ajude.
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