quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Uma festa pela manhã


Eu estava sentado em minha cadeira e meus colegas em pé esperando as bandejas com o salgado e a bebida. Alguns daqueles colegas ocupam posições sociais muito mais elevadas que eu, sabem mais que eu, são mais vividos que eu. Uns tem até esposa e filhos. Pensando assim concluí: Eu quem deveria serví-los, não eles a mim. Aquele que coordenava a festa em nome do anfitrião entregou algumas bandejas com salgado para uns, e outras com a bebida para outros. Tão logo que o coordenador os dispensou, vieram em nossa direção e nos serviram. Pelo fato de serem colegas, alguns amigos, pessoas com quem eu convivo, senti-me meio estranho, emocionado e envergonhado ao mesmo tempo. João trouxe o salgado. Tomei um e em 2 mordidas engoli, logo atrás veio Carlos e me serviu a bebida, tentei pegar um copo mas não consegui, provavelmente estava colado no fundo da bandeja. Peguei outro, e num gole tomei e devolvi o copo na bandeija e agradeci. Carlos, por sua vez, colocando a mão direita sobre meu ombro disse: "Deus o abençoe". Já havia ouvido tais palavras muitas vezes. Dessa vez pareceu-me que essa declaração, por ter sido entregue após um ato servil, gentilmente, abriu as portas do meu coração, entrou e trancou-se por dentro. Era uma Santa Ceia...

2 comentários:

  1. Ricardo, é muito bom conhecer, ouvir e ver uma pessoa como você; ainda mais, é muito melhor saber que quando você escreve não deixa esa naturalidade que caracteriza sua personalidade com a qual você "vive". Pensando assim concluio novamente à admiração que sinto por você, Deus te abençõe e te use para sua gloria...
    Escreve, escreve,escreve...!!!

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  2. Que profundidade...Algo que parece simples,mas Deus move o coraçao!Ficou demais o texto!
    Esse é o meu namorado!rs!
    Te amo!

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