
"Sou envolvido pela capoeira, sou envolvido pelo berimbau,
oi ai
oi ai". Essa era a canção que puxava um cara de calça branca estilo "boca-de-sino" e um cordão preto com cinto. Ele batia palmas, cantava e os demais repetiam esse refrão. Havia crianças, meninas, mulheres, senhoras e senhores. Tinha um pandeiro, um tambor alto, mais ou menos 1 metro de altura e dois
berimbaus. Parei e fiquei olhando. Duas vidas, ou dois filmes - acho que nem filme - dois vídeos de
youtube de 1 minuto cada passaram em minha mente. O primeiro me mostrava fora de uma roda de capoeira, vendo aqueles passos esquisitos cheirando a
vudú africano e cheio de misticismo do mal. Meu semblante era carregado, cheio de preconceito. Isso é do diabo. Isso é
macumba. Ainda bem que o segundo filme não tardou a chegar. Neste outro eu olhava a roda e ouvia lindas melodias. Melodias que embalavam passes que não podiam ser distinguidos; dança ou luta? Neste filme eu via crianças se agachando para desviar da perna grande do professor que era bem mais alto e forte. Via aquela senhora negra tocando pandeiro. Via a beleza das canções que cantavam. Via como o ritmo ditava os passos de quem "jogava". Via pessoas. Gente. Via vida. Via graça. Comum a mim, Comum a eles.
Lindo cara...
ResponderExcluirque maravilhoso é conseguir enxergar os pincéis dos Eterno nas coisas efêmeras da cultura e da vida.
Belas impressões..
abraço,
Jean
Brow, escreve mais heim... que possamos ver mais essa graça comum a nós e comum a eles onde estivermos.
ResponderExcluirSola Gratia...
Renato Ribeiro
http://renatoroliveira.wordpress.com/