Magia! Imagine em suas mãos uma varinha mágica. "blagrandumenos" e puf! Você saiu daquele engarrafamento, ou, sua casa não é mais perto de uma rodovia barulhenta (como a minha), ou, aquela torta maravilhosa de chocolate aparece diante de você, ou, o prêmio acumulado da mega-sena cai no seu quarto com comprovante de que você é legalmente o proprietário da bolada. Viajou comigo? Foi bom né? Não, não perguntei se foi cristão, se foi bíblico, perguntei se foi gostoso. Foi ou não? Sabia! Foi sim. Essa é a vida Harry Potter. O transcendente desejado e idealizado à sua disposição. Na hora. Num "mágica de passe" (só pra não ser clichê demais).
Isso existe?
Essa mágica nos faz repudiar a minha realidade. Onde Deus me colocou e me quer sendo benção. Vivo só no ideal. Só no sonho e sou ingrato e lunático. Desrespeito o Deus que me deu o pão de cada dia. Olho para Ele e chamo o pão de vil.
Mulheres lindas, ou homens lindos. O corpo perfeito. Porque não o corpo perfeito e a índole perfeita? Sem estria, sem celulite, sem mau humor, sem "bafo", sem trabalho. Paciente a todo momento, servil, dedicada (o) totalmente a mim. Disponível para mim, disponível pra você. Ideal, perfeita (o).
Isso existe?
Nessa hora, o meu amor pela minha esposa, namorada, noiva se esvai. Olho para Deus e digo: "Veja a qualidade de mulher que o Senhor me deu, o Senhor poderia fazer melhor". Vivo "no sonho e sou ingrato e lunático. Desrespeito o Deus que me deu a esposa. E a ela me deu. Olho para Ele e a chamo de imperfeita.
"Perfeito sou eu"! "Perfeito é o ideal". "Perfeita é a mágica".
Ótima reflexão, mano..
ResponderExcluirMas cadê, sem trocadilhos, a pornografia "no texto"?...
Abraços...
OBS: um lixo, ou melhor, dois lixos cheios te aguardam..I'm kidding...
Pois é. A pornografia ficou implícita na pessoa-imagem idealizada. Não fiz menção da palavra mas do conceito paralelo à magia do HP.
ResponderExcluirValeu pelo comentário!
Abraço!
Gosto da sua conclusão.
ResponderExcluirMas acho que a comparação com Harry Potter não funciona.
O desejo de poder ilimitado, "o transcendente desejado e idealizado à sua disposição" imediata é uma das tentações que Jesus sofreu no deserto. Esse desejo é diabólico e exatamente o de Lúcifer ao querer usurpar o trono de Deus, que é quem tem esse poder.
Em Harry Potter, essa sede de poder não está saciada (aliás, acho que não tem história em que essa sede de poder esteja saciada: esse vazio é uma condição necessária ao desenvolvimento de um enredo). E o "mundo mágico", na história, não é ideal, é uma realidade "paralela"(isto é, intercruza o plano "real"), tão cheia de problemas quanto o "mundo real", tal qual o mundo espiritual é "paralelo" à nossa existência "física". A vida de Harry Potter é uma luta do "bem" contra o "mal", mas um "bem" não totalmente bom (Harry não é perfeito, embora pratique a lealdade, a verdade, a amizade sincera, o amor e ame a justiça e odeie o mal) contra o mal absoluto (Voldemort é a imagem "bruxa" do lado "feioso" do diabo). O que mata a boa mensagem é que Deus ou Jesus Cristo não são citados nem mesmo metaforicamente, sendo que a fonte do bem e do mal, de acordo com a história, está dentro de cada um. Diferente do que acontece em "Crônicas de Nárnia": Aslam, que é uma representação de Jesus Cristo, tem também esse poder ilimitado e seus seguidores (as crianças ["deixai vir a mim os pequeninos"]) também tem artigos mágicos (seus instrumentos, que representam a Palavra de Deus).
Bração!!
PS: Estava pensando... quem vive com a cabeça no "ideal" nunca se satisfaz com o "real", então... mudando de ideal, a nova insatisfação será com a realidade oposta ao novo ideal... e se esse ideal é o Reino de Deus, a insatisfação é com esse mundo e mesmo com os ideais desse mundo, que são os geradores da insatisfação que você mencionou... ou seja, o ideal que você cita no texto se contrapõe à realidade sensível (são os desejos carnais), enquanto o ideal do Reino de Deus sobrepuja o ideal carnal (transcende, torna-o ultrapassado) e, portanto, gera insatisfação com a realidade espiritual do mundo.
Isso faz sentido para você?
Realmente, antes de postar um comentário é preciso pensar sobre o assunto, e mesmo que O LEITOR, a princípio, não concorde com o tema, vale a pena pensar no que o AUTOR quis dizer.
ResponderExcluirAntes de mais nada, é preciso também lembrar que, normal e obviamente, defendemos aquilo em que acreditamos. É interessante ler os comentários correspondentes a quaisquer textos, entretanto, como diria a prof. Giuliana, “nossas palavras dizem muito de nós mesmos, nos revelam”, sendo assim, verifica-se, através dos argumentos que alguém utiliza para expor suas ideias, que nem sempre a pessoa está interessada em aprender de fato, em ponderar sobre o assunto, mas sim em, como já dito, ou defender aquilo que considera ser o certo de qualquer ameaça que possa provar o contrário, ou, pela simples satisfação de discordar, neste caso por razões sejam elas quais forem.
Confesso que foi necessário um certo esforço para chegar a sua conclusão sobre HP e pornografia, e até entendo o comentário do ‘Filipe’, que pelo visto é fã de Harry Potter (o que justifica o comentário por ele postado – o implícito[intencional ou não] é ótimo e a parcialidade plena) MAS, concordo com você, Ricardo, sobre a comparação com a pornografia; talvez este não seja o intuito do filme, mas considerando o fato da “pessoa-imagem idealizada”, a que “o mundo” estipula como padrão – peitão, bundão, corpo sarado – é fato que nos deixamos influenciar pelo sistema; e acreditando que o prazer verdadeiro é o oferecido pelo “mundo”, tornamo-nos ingratos e insatisfeitos com o que Deus nos dá, quando passamos a DESEJAR o prazer puramente carnal (SEXO) incentivado pela “pessoa-imagem idealizada”, ao invés do prazer verdadeiro (AMOR).
O que realmente cada um de nós desejaria se tivesse uma varinha mágica em mãos?
Nota: Engraçado porque neste exato momento (02:04 da manhã) acredito que daria pra incluir o tema 'Internet' no texto. Afinal, assim como a “varinha” de HP o coloca diante do mundo idealizado, a Internet funciona do mesmo jeito. Basta um clique ("blagrandumenos") e puf! (...)
Grande abraço!